sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PERSEVERANÇA

Hc. 2:1- Ficarei no meu posto de sentinela e tomarei posição sobre a muralha; aguardarei para ver o que o Senhor me dirá e que resposta terei à minha queixa.
Deus permite, às vezes, que algumas coisas aconteçam em nossa vida, e ao fazermos uma leitura dos acontecimentos imaginamos erroneamente que Deus não nos ama ou se esqueceu de nós.
O problema é que só sabemos analisar a história de nossa vida como uma sucessão de acontecimentos em “bons ou maus” através de uma visão bastante limitada. Um dos grandes motivos de preocupação e pesar em nosso coração é que somos incapazes de nos abstrair dos problemas e analisá-los como fez o Profeta Habacuque.
 A ação do Profeta foi justamente posicionar-se de uma forma diferente, foi retirar-se do problema para avaliar melhor, para aguardar a ação divina, e ser capaz de entender a resposta que Deus daria a seus problemas. Como somos imediatistas, olhamos somente o que acabou de acontecer, e tiramos conclusões precipitadas e “fatalistas” do tipo “acabou-se tudo”, “não há mais jeito” e ainda declaramos “é da vontade de Deus que seja assim”. Interessante é que basta um acontecimento negativo para que a tal “vontade divina” já seja decretada.
Se José do Egito fizesse uma leitura dos acontecimentos da sua vida como costumamos fazer e adotasse a nossa visão “fatalista”, certamente ele não teria sobrevivido ao desprezo de seus irmãos, à prisão, e nem a uma existência de exilado numa terra estrangeira.
Analisando a história de José do Egito, podemos aprender com sua perseverança:
O sonho de José (Gn. 37:7-9) – Deus revelou a José através de sonho que ele seria príncipe, porém não mostrou as tribulações pelas quais passaria, mas José acreditou no Senhor, confiou sua vida nas mãos de Deus.
José é vendido pelos irmãos (Gn. 37:28, 36) – José foi vendido por seus irmãos como mercadoria, mais tarde à Potifar como escravo, e nesse momento começou a mostrar suas habilidades e se tornou administrador dos bens de Potifar (Gn. 39:4).
José é assediado pela mulher de Potifar (Gn. 39:6-8, 12-15, 20) – Mesmo no cárcere José sabia que o Senhor era com ele, pois o carcereiro lhe encarregou de todos que ali estavam e o Senhor lhe concedia bom êxito em tudo que realizava (Gn. 39:23).
José interpreta os sonhos de Faraó (Gn. 41:17-39) – Mas José não lia os fatos de sua vida como fazemos. Ele sabedor que Deus está no controle e tem o mundo em suas mãos, aprendeu a esperar no Senhor. Ainda que passando por diversas tribulações, ele não ficou preso a eventos parciais, para daí tirar suas conclusões.
Mesmo sem compreender o porquê desses fatos José confiou sua vida nas mãos do Senhor. Por isso ele chamou ao segundo filho “Efraim”, que significa “Deus me fez próspero na terra da minha aflição” (Gn. 41:52).
Aleluia! Quantos de nós somos capazes de perceber isso, que é justamente nas aflições que Deus se mostra consolador, que é na fornalha que aprendemos a valorizar as pequenas coisas e que somente os que com lágrimas semeiam com júbilos ceifarão (Sl. 126:5).
José ao encontrar seus irmãos, necessitados de alimentos, e ele, na corte do Faraó, disse-lhes: “vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem” (Gn 50:20). É isso! Só Deus tem o poder de transformar o mal que nos ocorre em bem. Não sabemos como, nem de que forma Ele o fará, mas o fará.
Deus nos ama incondicionalmente.
Na verdade, precisamos a aprender a ler os fatos da nossa história através de uma perspectiva diferente. E nessa nova perspectiva sentiremos em nossa mente e coração o grande amor que Deus tem por nós. Nem sempre o que parece ruim, é ruim, nem tudo que é mal é de fato mal; faz parte de nossa maturidade espiritual saber ler da forma correta o que Deus está escrevendo em nossa existência. Foi assim com José, Jó, Paulo, e que seja assim comigo e com você.
Deus o abençoe!
Camilo Pimentel